Saiba identificar os sinais de que seu filho tem uma inteligência acima da média.
Ao contrário de outros problemas ligados aos processos de aprendizado, a superdotação pode ser percebida ainda antes da fase escolar. A fase de questionamento, que geralmente acontece até os 3 ou 4 anos, aparece antes nestas crianças, e provavelmente jamais terá fim. A fala também pode ser precoce, mas o que deve chamar a atenção é a quantidade de palavras que esta criança domina.
A origem do problema
O funcionamento do cérebro destas crianças é diferente: o órgão funciona com mais eficiência e menos energia. Isso é causado pela melhor eficiência de algumas áreas específicas, como as que controlam a memória e as responsáveis pelo foco em uma atividade só, e não por mudanças nas ligações entre os neurônios, como ocorre na dislexia.
É comum que o desenvolvimento cognitivo, ou seja, o desenvolvimento da capacidade de aprender, aconteça antes do que o motor (físico). Todas estas situações independem do ambiente externo onde a criança vive, mas ele pode atrapalhar ou ajudar, já que ela precisará de estímulos diferentes em casa e na escola.
As etapas de aprendizado de um superdotado e uma criança comum são as mesmas, a diferença está no tempo que elas levam para acontecer. O ritmo dos superdotados é mais veloz e, por isso, é comum que eles apresentem desmotivação na série em que estão, mas não se adaptem a um novo ano escolar ou apresentem problemas de relacionamento com os colegas da mesma idade.
É importante que os pais busquem uma escola que aceite uma criança mais jovem em séries mais avançadas desde cedo, e que respeite outras características do superdotado, como as sociais e emocionais. Os professores que lidarão diretamente com a criança também devem estar preparados para as dúvidas e novas relações que a criança estabelecerá.
Sônia destaca que os profissionais da educação devem valorizar a criatividade, incentivar a experimentação de novas ideias, ser tolerantes com os acontecimentos não habituais e estar abertos a soluções não-programadas, além de estimular o pensamento independente e a crítica positiva. Mesmo com essa facilidade para aprender, as crianças superdotadas também precisam de estímulos, sejam por meio de elogios ou com jogos e brincadeiras.
O governo brasileiro criou um programa voltado apenas para estas crianças, o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS), e segue algumas normas para integrar os superdotados em escolas públicas e enriquecer o currículo escolar. “O objetivo não é rotular estas crianças, mas sim identificar e elaborar atividades que forneçam os recursos específicos para eles”, conta Martinha Clarete Dutra, diretora de Políticas de Educação Especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do MEC.
Fora do ambiente escolar, a criança superdotada só precisa de acompanhamento profissional caso haja problemas graves de socialização ou adaptação. Os pais devem ficar atentos a problemas de interação dos filhos com outras crianças e ter paciência: geralmente os superdotados são mais sensíveis e exigem mais atenção. Caso a situação interfira no relacionamento familiar, procurar um psicólogo seja a melhor saída.
fonte: Você Sabia
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