Os casos de malária registrados no Amazonas tiveram redução de aproximadamente 30% em 2010, em comparação com o ano anterior. O último relatório emitido pelo Sistema de Informação Epidemiológica, do Ministério da Saúde, mostra que, em um ano, 29 mil pessoas deixaram de adoecer em todo o Estado. As maiores quedas ocorreram nas calhas do Rio Negro, Rio Solimões e Rio Japurá, onde a redução chegou a 83%. Em Manaus e nos municípios do entorno a redução foi de 15%.
De acordo com o Sistema, apenas 10 municípios não registraram redução de casos no último ano. Nos outros 51, houve queda, sendo a maior delas registrada em Nova Olinda do Norte (94%). As áreas com alto risco de transmissão da malária, que até 2009 alcançavam mais de 50% do Estado, caíram para apenas sete extratos, onde estão localizados nove municípios, incluindo São Gabriel da Cachoeira, Atalaia do Norte, Eirunepé, Barcelos e Tapauá. Nas demais áreas do Estado o risco de transmissão é médio e baixo, com menos de 50 casos por 1 mil habitantes.
O secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, afirma que a diminuição dos casos de malária no Amazonas é consequência do conjunto de ações do Plano de Controle da doença, executado desde 2007 pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Federal e Prefeituras Municipais. Segundo ele, as metas do Plano vêm sendo alcançadas, com reduções médias de 30% ao ano. Balanço global dos últimos quatro anos aponta que a doença teve queda de 65%, a maior registrada na Amazônia Legal. Em 2007 foram notificados no Estado 202 mil casos de malária. Em 2010 foram 72,7 casos.
Segundo o secretário, para alcançar as metas, mais de sete mil profissionais foram capacitados e os municípios desenvolveram planos municipais que atendem às necessidades específicas de cada local. A rede de diagnóstico foi ampliada, chegando hoje a 1.023 laboratórios em todo o Estado. Os agentes comunitários de saúde também foram inseridos no controle da malária, o que permitiu maior rapidez na identificação dos casos suspeitos, nas medidas de prevenção da doença e no acesso ao tratamento. Além disso, Alecrim destaca que cerca de 350 mil casas foram borrifadas e 75 mil mosquiteiros, desenvolvidos especialmente para o combate ao mosquito vetor, foram distribuídos a comunidades do interior.
Wilson Alecrim destaca que as ações de controle continuarão a ser executadas pelas prefeituras municipais dos 62 municípios do Estado, com coordenação e monitoramento da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). “Novas metas anuais estão sendo definidas e vamos dar continuidade à parceria entre as três esferas de governo, uma estratégia de sucesso”, afirma. Segundo ele, o papel das secretarias municipais de saúde tem sido de fundamental importância na redução e sustentabilidades das ações de controle da malária. O secretário cita como exemplo o trabalho realizado na capital, onde vive metade da população do Estado. “A Semsa Manaus tem sido eficiente no combate à doença, com resultados positivos na área urbana e rural”, avalia.
Premiado
O Plano de Controle da Malária, executado pelo Governo do Amazonas em parceria com o Governo Federal e prefeituras municipais, foi premiado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) como Campeão da Malária nas Américas 2010. O título foi concedido também a experiências bem-sucedidas desenvolvidas pela Colômbia e Suriname. De acordo com a Opas, o Plano do Amazonas, única iniciativa brasileira selecionada, foi premiado pelo esforço para a prevenção e controle integrado da malária, com o mérito de ter promovido a parceria de todos os níveis de governo e contado com o apoio de organizações não governamentais e empresas privadas.
O secretário Wilson Alecrim destaca o reconhecimento ao modelo desenvolvido no estado. “Nossa experiência passa a ser referência internacional e poderá ser compartilhada com outros países que têm, como nós, o desafio de combater esta endemia”.
FONTE: Portal Governo do Estado do Amazonas
sábado, 15 de janeiro de 2011
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